Gênero e Identidade de Gênero

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Manuela Tiradente da Costa
Laís Alves Rodrigues Lopes
Vitória Lisboa Paixão
Ariane dos Santos Soares
Lara de Almeida Barbosa
Julia Thedim Daflon Marques de Barros
Thais Thomaz da Cunha
Gabriel Lima Mendes

SEXUALIDADE faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos da vida (WHO TECHNICAL REPORTS SERIES, 1975). Ela nos influencia em escolhas, sentimentos, afetando de certa forma nossa saúde física e mental.GÊNERO é o que nos difere na sociedade, sendo um conceito sociocultural. De acordo com o artigo O Conceito de Gênero, o modo como homens e mulheres se comportam em sociedade nos ensina a agir conforme as prescrições de cada gênero.SEXO BIOLÓGICO diz respeito ao órgão sexual que nascemos com.
Transgêneros são pessoas que não se identificam com o seu sexo biológico, onde tem uma identidade de gênero diferente do seu sexo atribuído ao nascer. Dentro dos transgêneros, estão inclusos transexuais, travestis, não-binários, entre muitos outros. O(a) transexual é aquele que se identifica com o sexo oposto ao seu sexo biológico. Muitas das vezes, os transexuais sentem que nasceram em um corpo errado, como se ele(a) não pertencesse aquele corpo. Para se adequarem ao corpo que se identificam, acabam passando por procedimentos cirúrgicos (que só podem ser realizadas depois que obtiver uma autorização psiquiátrica), tratamentos hormonais para modificar o corpo e a sua aparência do jeito que a pessoa deseja, entre outras coisas. Alguns exemplos de transexuais famosas: a Laverne Cox (atriz de Orange is the New Black), Caitlyn Jenner e Jamie Clayton (atriz de Sense8) Já as travestis, nascem em um corpo masculino, mas se identificam com a figura feminina. Entretanto, as travestis, em sua maioria, não passam por cirurgias de mudança de sexo, mas algumas escolhem colocar implantes nos seios e sempre adotam o visual feminino em seu cotidiano. A diferença entre transexuais e travestis se encontra na forma como lidam com o seu sexo biológico. Transexuais são pessoas que não se sentem psicologicamente satisfeitas com o órgão sexual com a qual nasceram e com os padrões que são impostos pela nossa sociedade. Já a maioria das travestis, não se sentem extremamente desconfortáveis com seus órgãos sexuais. A pessoa não binária não adota rótulos de gênero. Ela pode apresentar características físicas masculinas, femininas ou as duas, mas não se denomina “homem” ou “mulher”. Cis gênero é aquela pessoa que se identifica com seu sexo biológico.
Segundo Bruschini (1998), usar “gênero” para todas as referências de ordem social ou cultural, e “sexo” para aquelas de ordem biológica. Portanto, nota-se que ao falar sobre desigualdades a cultura do indivíduo tem grande influência sobre si, por ser algo cultural e que persiste anos, as mulheres seguem em desvantagens. Mesmo realizando as mesmas tarefas, cumprindo os mesmos horários, muitas mulheres continuam recebendo um salário menor sendo que trabalham na mesma área que o homem. Além de serem sexualizadas e desrespeitadas, correm o risco de perder o seu emprego quando estão gestantes, são vistas como frágeis e delicadas. Por isso, Joan Scott (1996), afirma: as mulheres têm uma história separada da dos homens, [...]a história das mulheres trata do sexo e da família e deveria ser feita separadamente da história política e econômica.
Pessoas trans em geral sofrem com o preconceito e a violência da sociedade, porém, mulheres trans em especial sofrem mais para se encaixar no mercado de trabalho atual, sofrendo com o desemprego e muitas vezes tendo que se sujeitar à prostituição. O mercado de trabalho claramente impõe barreiras às pessoas trans, poucas vagas de trabalho são dadas às mulheres trans e, mesmo quando conseguem o emprego, não permanecem no mesmo por conta do preconceito e hostilidade no ambiente de trabalho. Dito isso, algumas pessoas e mulheres trans decidem criar seus próprios negócios, empreendendo para poder sobreviver sem se submeter a marginalização. "Na primeira vez em que te negam um emprego, você se chateia e fala que foi só hoje. Na segunda vez, você entra em depressão. Na terceira, você pensa em algo universal: faz o primeiro programa. Mata sua fome. É a chance de colocar uma prótese parcelada." relato de Valéria Rodrigues, mulher trans e líder de uma ONG que abriga mulheres transexuais que passam por esse tipo de situação degradante.
Transfobia é uma forma de preconceito contra pessoas transexuais que pode se traduzir em atos de violência física, moral ou psicológica. A transfobia é uma forma de aversão às pessoas trans e se manifesta em diferentes ações de preconceitos, sejam explícitos ou velados. Com base em dados se é visto que o Brasil é o país que mais se mata pessoas trans, a expectativa de vida é de apenas 35 anos que se equipara a metade da média nacional, em 2020 notou-se um aumento da violência e foram-se contabilizadas 175 mortes de pessoas, apresentando então um aumento de 41% em relação ao ano anterior quando 124 pessoas trans foram assassinadas. Em 2020 um dos casos mais conhecidos foi o da adolescente de 13 anos Keron Ravach, que foi morta à pauladas, pedradas, socos e facadas no munícipe de Camesim, no interior do Ceará. Estudos feitos pela Antra mostram que à maior concentração de assassinatos vem do Nordeste, que concentra 43% dos crimes, a região se mantém em primeiro lugar desde a primeira publicação do relatório que foi em 2017, em seguida encontra-se a região Sudeste com 34%, a região Sul com 8% e posteriormente as regiões Norte e Centro-Oeste com 7%.
Todos os homens e mulheres trans possuem o direito de alteração de seu pronome e sua classificação de gênero no registro civil, possuindo apenas sua manifestação de vontade. O decreto n° 8,727 da presidência da república normatizou o uso do nome social pelos órgãos e entidades da administração pública, e passou a garantir que eles tenham suas identidades respeitadas e sejam tratados por seus nomes sociais. Em junho de 2019 houve uma discussão no STF sobre a falta de leis para proteção da população LGBTQIA+, e com isso os atos de homofobia e transfobia seriam triplicados. O Brasil é um dos países que mais mata pessoas trans no mundo e a falta de proteção a essa parte da população é um descaso com a sociedade LGBTQIA+.

BRUSCHINI, Cristina. (1998). Tesauro para estudos de gênero e sobre mulheres. São Paulo: Fundação Carlos Chagas.

SCOTT, Joan. (1996). Gênero: uma categoria útil para a análise histórica. Recife: SOS Corpo.
http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/sexualidade

http://ead.bauru.sp.gov.br/efront/www/content/lessons/24/G%C3%AAnero%20-%20texto1.pdf

https://apps.who.int/iris/handle/10665/38247

https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/trabalho-e-formacao/2021/03/4910729-mercado-e-mais-dificil-para-mulheres-trans-do-que-para-homens

https://ufmg.br/comunicacao/noticias/quais-sao-as-chances-da-populacao-trans-no-mercado-de-trabalho

https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/04/01/mulheres-trans-prostituiem-em-esquema-que-envolve-mortes-e-desaparecimentos.htm

https://www.google.com/amp/s/www.infoescola.com/sociologia/transfobia/amp/

https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/expectativa-de-vida-de-transexuais-e-de-35-anos-metade-da-media-nacional/expectativa-de-vida-de-transexuais-e-de-35-anos-metade-da-media-nacional

https://www.brasildefato.com.br/2021/01/29/assassinatos-de-pessoas-trans-aumentaram-41-em-2020

http://www.mulheres.ba.gov.br/2020/01/2713/Dia-Nacional-da-Visibilidade-Trans-entenda-quais-os-direitos-que-a-legislacao-brasileira-garante-a-travestis-e-pessoas-transgenero.html#:~:text=Desde%20abril%20de%202016%2C%20o,direito%20em%20estados%20e%20munic%C3%ADpios.